2022/2023
QUANDO O VI DANÇAR PELA ÚLTIMA VEZ
Simão ou Symone? Tanto faz. O que importa são as histórias. Quem o vê pelas ruas, pensa logo numa estrela saída de um filme das décadas de glória de Hollywood. Porém, Simão nasceu num dia de 1997, no hospital de Santarém, às 01h53 da madrugada. A Symone só ganhou vida em 2016, inspirada “No teu poema”, de José Luís Tinoco cantado por Simone de Oliveira.
A sua história são duas histórias que se cruzam numa única vida, vivida numa ambivalência entre o Ribatejo e as noites lisboetas, na eterna procura do amor.
O amor familiar nunca bastou para preencher todas as camadas de personalidade e de desejo. Um desejo de viver uma vida como um sonho.
Existe nele um vazio que afeta a alma e invade o corpo, a pele e o coração.
Mas, também, uma felicidade que se esconde nos braços dos amigos e na linha branca da saudade. Saudade de algo que, quem sabe, jamais existirá.
O seu mundo não cai. Este mundo não é quebradiço ou frágil. E a verdade talvez esteja escondida no fumo esvoaçante que saiu do cigarro que estava nas suas mãos, quando o vi dançar pela última vez.
Este projeto apresenta-se em forma de instalação com um álbum fotográfico.
Texto: Bruno Saavedra
Curadoria: Mario Cruz
Colagens: Ingrid Lyra Matheus.